A logística portuária compreende as atividades relacionadas com a movimentação de carga em Containers, Avulsas e a Granel; desde sua origem até o destino, envolvendo o armazenamento, estufagem, desova, transporte, carregamento e descarregamento das embarcações, agenciamento marítimo e rebocagen entre outros. São serviços prestados tanto por empresas que desempenham somente uma ou todas as atividades, quanto por operadores portuários, que operam uma ou todas as etapas do processo.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Logística no Brasil ainda depende de hidrovias para se consolidar
Com um sistema de rios e lagos que ultrapassa 40 mil quilômetros navegáveis, o transporte hidroviário no País ainda engatinha. Estimativa do governo é que 12,5% de todo o transporte de cargas seja feito por hidrovia - número contestado pelo mercado.
De acordo com o balanço da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), o País movimentou, via navegação interna, cerca de 78,6 milhões de toneladas em 2013, número 2,84% inferior ao registrado em 2012.
"Sem uma política sólida de investimento do governo federal e sem políticas públicas de proteção das águas pelos governos estaduais, ao invés de incentivar esse modal, o País vai sentir, ano a ano, redução no uso das hidrovias. E isso vai contra a chance de avançar a cadeia logística no Brasil", disse o especialista em hidrovias e doutor em navegação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Cruzes.
No final do ano passado, o Ministério dos Transportes divulgou o Plano Hidroviário Estratégico, prevendo a ampliação do transporte por hidrovias em mais de três mil quilômetros. O objetivo é investir cerca de R$ 17 bilhões, até 2024. "O uso de hidrovias é a solução mais sustentável e eficaz para o País hoje. O custo para investir no modal é a metade do valor despendido em uma ferrovia, e tem um benefício ecológico enorme", disse o acadêmico.
Vantagens
O uso das hidrovias que cortam o País pelo interior é similar às vantagens do transporte de cargas via cabotagem, que movimenta contêineres pela costa brasileira: redução da emissão de CO2 ante ao transporte rodoviário, segurança na carga e menos congestionamento.
De acordo com o plano da Antaq, as hidrovias que receberão investimentos nos próximos anos são as que têm fluxos de carga igual ou acima de 50 mil toneladas por ano: Amazonas/Solimões e Negro; Madeira, Tapajós e Teles Pires; Tocantins, Araguaia, São Francisco, Parnaíba; Tietê e Paraná, além de Paraguai e das hidrovias do Sul (Taquari, Jacuí e Lagoa dos Patos).
Maior atenção
O caso que mais atrai a atenção de empresários e políticos é o da hidrovia Tietê-Paraná, que interliga os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, em uma extensão de 1,6 mil quilômetros navegáveis. "Este é um dos mais importantes complexos para escoamento de produção de açúcar e álcool", diz Cruzes.
Recentemente, os governos federal e do Estado de São Paulo firmaram acordo para o repasse de R$ 134 milhões para projetos de melhorias na hidrovia. O valor é parte de R$ 1,5 bilhão previsto num protocolo de intenções assinado há três anos. O projeto prevê a construção de terminais, o desassoreamento de trechos e a construção de barragens. O objetivo é capacitar a hidrovia para dobrar a capacidade de carga: seis milhões de toneladas, atualmente.
Integração com os portos
De olho no potencial da intermodalidade, a gigante do agronegócio Archer Daniels Midland (ADM) inaugurou este mês um novo terminal portuário, em Barcarena (PA). Com aporte previsto de US$ 200 milhões, o terminal é o primeiro em operação após a vigência da nova Lei dos Portos, 12.815, e já nasce com a perspectiva de integração do escoamento de grãos por hidrovia, rodovia e ferrovia.
"A localização geográfica e a multimodalidade fazem do terminal um investimento estratégico. Ele reduz o custo de transporte das regiões originadoras de grãos do Centro-Oeste, e aproxima a produção dos países de destino da Europa e da Ásia", disse o presidente da ADM América do Sul, Valmor Schaffer. O terminal inicia a operação com capacidade para exportar 1,5 milhão de toneladas, mas até 2016 deve operar com 6 milhões de toneladas.
Fonte: DCI/Paula Cristina
Fonte: DCI
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