quarta-feira, 25 de abril de 2012

Senado aprova fim da "guerra dos portos"

Nova alíquota unificada de 4% para o ICMS passa a valer a partir de 2013 para produtos importados por todos os estados
Nivaldo Souza, iG Brasília | 24/04/2012 20:45:11
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O Senado Federal aprovou por 56 votos favoráveis e 12 contrários a Resolução 72, encerrando os debates iniciados em 2010 para coibir importações prejudiciais à indústria nacional. Com isso, o governo federal venceu a queda de braço com cerca de dez estados em torno da unificação em 4% da alíquota do Imposto sobre Circulação de Produtos e Serviços (ICMS) para produtos importados, pondo fim à “guerra dos portos” (incentivos fiscais estaduais para receber movimentação de carga e investimentos de empresas).
Ficam fora da nova alíquota itens importados sem similar nacional definido pelo conselho de sete ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e componentes de informática inclusos no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), projeto do Plano Brasil Maior para incentivar a instalação do setor de alta tecnologia no país. A exceções foram apresentadas hoje pelo governo, após reunião no Ministério da Fazenda.
Base dividida pede novo pacto federativo
A votação mostrou um racha na base aliada do governo, com integrantes do PMDB e PT indo contra à proposta do Planalto de unificar a alíquota sem flexibilizar na negociação com os estados. Postura que reforçou nesta terça-feira o debate sobre um novo pacto federativo no Senado.

A discussão ocorreu após o senador Luiz Henrique da Silveira (PMD-SC) apresentar emenda estabelecendo uma regra de transição do ICMS, atendendo pleito de governadores prejudicados com a proposta do governo. A emenda estipulava quatro anos de transição com ICMS inicial de 10% em 2013, 8% em 2014, 6% em 2015, chegando à meta de 4% do governo em 2016. “Os estados precisam dessa transição. Ela é boa para os estado, o país e o governo federal”, argumentou.
A medida foi recusada pelo plenário, mas contou com apoio do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). “Esse projeto (Resolução 72) acarretará em um imenso prejuízo ao Espírito Santo. Cerca de 44 dos nosso 78 municípios serão prejudicados na responsabilidade fiscal (sem arrecadação de cerca de R$ 3 bilhões do ICMS)”, afirmou.
Ferraço indicou disposição de recorrer junto da decisão do Senado no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo apreciação de inconstitucionalidade da resolução.
Discurso contra a postura do Planalto também foi assumido pela capixaba Ana Rita (PT-ES), que evidenciou o racha na base governista.“Defendemos um período de transição”, disse a senadora antes da votação, em apoio à medida de Silveira. “Não podemos ter vencedores e vencidos entre os entes da federação”, criticou.
Lindbergh Farias (PT-RJ) indicou que “está na hora do Senado chamar o governo para discutir um novo pacto federativo”. “Voto a favor da Resolução 72, mas vou votar com regra de transição”, disse.
Outro partido da base que também manifestou apoio à resolução com ressalvas foi o PSB. “Nosso voto é a favor da Resolução 72, mas apoiando a proposta do senador Luiz Henrique para que os estados tenham um saída justa”, disse Antônio Valadares (PSB-SE).
O PC do B foi favorável à unificação do ICMS, mas endureceu contra o argumento do governo de que a “guerra dos portos” desindustrializa o país. “Dizer que a importação por Santa Catarina e o Espírito Santo é o que prejudica a indústria brasileira é uma aberração”, rebateu o senador Inácio Arruda (PC do B-CE).
Relator da Resolução 72, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu a emenda elaborada por ele como investida para garantir o “fortalecimento da economia brasileira” e a “defesa de empregos no Brasil”.
Compensação financeira recusada
Em discurso inflamado contra o que chamou de manobra do governo Dilma Rousseff para jogar “estados contra estados”, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriu compensações financeiras por cinco anos em repasses mensais pela União aos estados e municípios com maior perda fiscal com a unificação da alíquota.
Contrário à guerra fiscal quando governador de Minas Gerais, Aécio disse ter se sensibilizado para que as estruturas administrativas prejudicadas não sejam punidas sem transição para se adaptarem à extinção do imposto. “É ilógico que essa compensação não seja apresentada pelo governo federal para ressarcir as administrações públicas prejudicadas”, criticou.
Os demais senadores não apoiaram a inclusão da emenda no texto final da Resolução 72, que será publicada no Diário Oficial da União sem a necessidade de passar pelo aval da presidenta Dilma.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

Parece estranho, mas não é. Na logística somos todos garçons! Existimos para SERVIR. Servimos aos Clientes internos e externos. Dentre os Clientes internos podemos destacar a área de Produção, Vendas e Marketing. Externamente, servimos aos canais de distribuição e aos Clientes dos nossos Clientes. E muitas vezes também dedicamos preciosas horas para servir ao Governo em suas diferentes esferas e às instituições reguladoras como a Anvisa por exemplo. Portanto, o espírito de servir deve estar no DNA de todos os profissionais de logística.
Temos um papel essencial no atendimento dos nossos Clientes, mas normalmente somos tratados como coadjuvantes em toda a história. Na maioria dos casos o mérito é atribuído às características funcionais do produto, à campanha mercadológica desenvolvida pela empresa ou às ações da equipe de vendas. Não participamos de cruzeiros pela costa brasileira, nem de workshops em belos resorts na Região Nordeste, nem de safáris pelo Pantanal ou na floresta amazônica, mas sempre somos elevados à categoria de protagonistas quando as coisas não dão certo. Aí, sempre somos os primeiros a serem lembrados.
Como você pode ver, não é fácil trabalhar na área de logística. Somos garçons e muitas vezes somos incompreendidos. Incompreendidos não apenas pelos Clientes e por companheiros de trabalho, mas muitas vezes até incompreendidos por familiares, que não entendem o porquê de tanta dedicação diante de tamanhas dificuldades. Para atuar na área de logística é preciso ser FORTE e AMAR o que fazemos. Apenas estando apaixonados pelo que fazemos é que reuniremos condições emocionais para continuar servindo (e servindo bem) apesar de todas as dificuldades inerentes à profissão.
Portanto, precisamos ser GARÇONS e exímios EQUILIBRISTAS.  
Além de sermos garçons, exímios equilibristas, fortes, apaixonados pelo que fazemos e incompreendidos, precisamos dominar diferentes tipos de conhecimentos, como estatística, engenharia econômica, pesquisa operacional, softwares diversos (Microsoft Excel avançado, Microsoft Access, CAD, ferramentas de simulação, etc.), técnicas de negociação, liderança, etc.
E também precisamos ser MÁGICOS, pois sempre somos “incentivados” a identificar soluções alternativas nas mais conturbadas situações possíveis, já que não dispomos de infra-estrutura operacional adequada (espaço físico, docas, equipamentos de movimentação, etc.).
Veja só então como não é fácil ser um profissional de logística. É preciso desenvolver uma altíssima capacidade de analisar e solucionar problemas, raciocínio lógico e bom senso, empatia, bom relacionamento, trabalho em grupo, senso de urgência, etc, etc, etc. Ou seja, tudo aquilo que um “super-homem” precisa ter.
Atuar em logística é estar na vanguarda, sempre um passo à frente, atento a tudo. Trabalhar em logística é, antes de tudo, uma excepcional recompensa pelo aprendizado e amadurecimento! É uma atitude corajosa e em função dos desafios existentes, é um trabalho para poucos! Parabéns profissional de logística esteja você onde estiver, seja em um Centro de Distribuição dentro de uma câmara de congelados, a mais de 20 graus negativos, seja em uma plataforma de carga e descarga, suportando o calor do norte ou nordeste ou o frio torturante do sul brasileiro. Esse artigo é uma pequena homenagem a esses bravos homens e mulheres, garçons, equilibristas e mágicos que possibilitam que produtos e serviços cheguem aos lares de todos os brasileiros nesta imensidão que é o nosso país!